As despesas são elevadas e causam grande impacto nos cofres públicos. Entenda quais são as opções de recuperação e veja dicas para diminuir gastos com a manutenção de pavimentos.
Todos os anos um volume considerável de recursos é desembolsado no Brasil para a manutenção e recuperação de pavimentos asfálticos de vias urbanas e rodovias. É fato que todo material e sistema construtivo requer manutenções periódicas para a preservação de seu desempenho e para a garantia de sua vida útil. Porém, muitas vezes, essa durabilidade é abreviada em função de fatores como baixa performance das tecnologias empregadas.
Como resultado têm-se custos elevados que impactam, e muito, os cofres públicos. Para se ter uma ideia, segundo a planilha de custos gerenciais do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o pavimento flexível, com vida útil de dez anos, demanda serviços de conservação rotineira anuais, além de custosas intervenções para restauração, normalmente a cada cinco anos. Para efeito de comparação, o pavimento rígido praticamente não exige reparos rotineiros, em função de sua elevada resistência mecânica e durabilidade.
Um estudo acadêmico realizado em 2020 na Univates detectou que a manutenção do pavimento flexível custa pelo menos 70% a mais do que a manutenção de um pavimento rígido. A análise comparativa levou em conta os custos com materiais e mão de obra para a execução dos serviços em uma via urbana, tomando como referência a tabela Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) e o dimensionamento da AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials).
Quando falamos em pavimentos asfálticos, o custo com recuperação varia em função de múltiplos aspectos, como o grau de deterioração do pavimento e os tipos de defeitos detectados, além da técnica de intervenção para requalificação utilizada.
Como diminuir custos com a manutenção de pavimentos?
Quando o objetivo é otimizar recursos com a manutenção de pavimentos, é possível combinar algumas estratégias.
Uma ação importante, pensando na preservação dos cofres públicos, é manter uma gestão da manutenção de pavimentos adequada. Estamos nos referindo a um processo de acompanhamento sistêmico do desempenho do pavimento que permita, por exemplo, atuar de forma mais preventiva, evitando a necessidade de reconstruções completas, que consomem mais recursos.
Outra prática recomendada é recorrer a soluções tecnológicas que proporcionem maior durabilidade e desempenho. No estado do Paraná, por exemplo, a saída encontrada para reduzir custos com as sucessivas intervenções em pavimentos asfálticos de rodovias foi adotar a técnica de Whitetopping.
Um case de sucesso que vem ganhando destaque no meio técnico é o da restauração da PRC-280, um dos principais corredores logísticos no sudoeste paranaense. Segundo estudos do DER-PR, a restauração da pista com Whitetopping exigiu um investimento 26% inferior em comparação ao que seria gasto com a reciclagem do pavimento a frio com espuma de asfalto. Além disso, enquanto o Whitetopping foi projetado visando vida útil de 20 anos, a reciclagem só garantia durabilidade de cinco anos.
Por isso, o DER-PR vem ampliando gradativamente o uso de pavimentos rígidos em suas estradas, não apenas para elevar a satisfação dos usuários, mas também como estratégia de responsabilidade financeira. Segundo cálculos do órgão, o custo com manutenção de pavimento flexível em rodovias gira em torno de 130 mil reais/km/ano. Como referência, em São Paulo, o DER estima custo de manutenção de 23 mil reais/km/ano em suas estradas com pavimentos rígidos.