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Macrofibras na execução do PUC

Concrete Show 2024: palestras abordaram o uso das macrofibras e os processos executivos do PUC

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Tema de apresentações técnicas, pavimento urbano de concreto tem diversos benefícios em relação ao asfalto e execução facilitada.

O uso das macrofibras na execução de pavimentos de concreto foi um dos temas que atraiu a atenção de visitantes do Concrete Show 2024 para a Arena 120 Ideias (dois palcos abertos ao público para apresentações de assuntos diversos).

No local, diferentes palestras abordaram as vantagens do material, como o bate-papo entre os engenheiros Carlos Bassamino, diretor de Engenharia da R9PRO e responsável técnico da Concrefiber, e Thiago Camargo, consultor Técnico e Comercial da Concretmolding.

As macrofibras sintéticas são fitas plásticas com base de polipropileno, material que tem boa resistência à alcalinidade do concreto. “Caso fossem produzidas a partir de PET ou algum outro elemento reciclado, por exemplo, não teriam a resistência à alcalinidade necessária. Assim, o pH elevado do concreto as corroeria”, explicou Bassamino. Empregadas como reforço secundário, elas elevam a resistência residual pós-fissuração do concreto, tornando-o mais dúctil.

“São milhares de filamentos dispersos pelo concreto, com mais de cem mil por quilo. A grande quantidade de filamentos proporciona distribuição uniforme, que cria ponte de transferência de tensões nos pontos onde existem situações de fissuras”, detalhou Bassamino, resumindo que as macrofibras fazem uma “costura” no concreto. Função que a tela de aço poderia cumprir, mas as fibras têm a vantagem de estarem em toda a espessura do pavimento.

De acordo com o engenheiro, no caso de fissuras, um pavimento de concreto sem macrofibras tem os esforços se dissipando continuamente — fazendo com que essas pequenas aberturas continuem a crescer. Além de evitar esse tipo de problema, o uso da solução ajuda a diminuir a espessura do sistema, permitindo um pavimento esbelto e com custo de execução reduzido.

Normas técnicas

A aplicação das macrofibras é norteada por diferentes normas técnicas, como a ABNT NBR 16.940, a ABNT NBR 16.942 e a ABNT NBR 16.935.

Os documentos detalham temas como ensaios, realização da leitura do residual e, principalmente, como dimensionar os projetos. “No caso da ABNT NBR 16.935, destaque para o cálculo estrutural que leva em consideração informações levantadas durante os ensaios”, comentou Bassamino.

Para realizar esses testes, são usados corpos de prova prismáticos, onde é feita uma incisão para colocar um sensor. Na sequência, a aplicação da carga simula a abertura da fissura. “O concreto atinge a resistência máxima e, conforme rompe, encontra as fibras que trazem resistência. Se fosse um concreto simples, conforme há ruptura, não teriam mais esforços resistentes”, comparou o engenheiro.

Execução

A execução mecanizada do pavimento de concreto com macrofibras traz benefícios como uma obra mais rápida. “Usar a macrofibra não influencia em praticamente nada na extrusão com fôrma deslizante”, disse Thiago Camargo, engenheiro civil e consultor técnico da Concretmolding.

O especialista contou que, muitas vezes, é preciso apenas ajustar a metodologia executiva. “Ou seja, regular o porte do equipamento, a largura da plataforma, entre outros, com objetivo de alcançar o ponto de equilíbrio no custo x benefício da aplicação.”

Camargo ainda detalhou que todos os dispositivos de concreto executados pela Concretmolding são implantados com uso de extrusoras ou pavimentadoras de fôrma deslizante, em conjunto com sistema de nivelamento eletrônico. Como são utilizadas máquinas modernas, há necessidade de validação e aprovação de um traço piloto do concreto, que precisa atender às especificações e considerar certas particularidades, de modo a potencializar o aproveitamento das tecnologias.

Case

O processo mecanizado utilizando macrofibras foi empregado em obra executada na cidade de Piracicaba (SP). Com projeto assinado pela R9PRO e fibras fornecidas pelo Grupo Concrefiber, são 45 km de pavimentos que recebem desde tráfego leve até pesado.

“É interessante que tivemos vários ambientes com trânsito tranquilo no perímetro urbano e mais intenso nas avenidas e estradas”, antecipou Bassamino. A obra começou com sistema simples, utilizando a régua vibratória no processo executivo de alguns trechos das ruas e avenidas.

Depois, percebeu-se que era preciso mecanizar o trabalho para ganhar agilidade. “No segundo momento, entramos com equipamento maior. Isso aconteceu na região industrial e na avenida Primeiro de Agosto, uma das mais movimentadas da cidade, com tráfego que chega a ser de 7×107. Para se ter uma ideia, há uma média de 1.712 caminhões pesados por dia circulando nessa via”, continuou Bassamino. Nessa etapa, foi empregada máquina de maior produtividade.

Além disso, foi utilizada recicladora de pavimento para reaproveitar a camada asfáltica pré-existente, fazendo a incorporação do RAP, além de mais 3% de cimento e brita. “Usamos esse material como base, em um processo ecológico que acelerou a execução”, finalizou o engenheiro, destacando que essa foi a primeira obra nacional empregando macrofibras e esse tipo de maquinário.

Tendência

Em uma segunda palestra na Arena 120 Ideias, Carlos Bassamino contou com a presença de outro especialista para seguir abordando as macrofibras.

Ricardo Moschetti, gerente do estado de São Paulo da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), começou a apresentação enumerando as vantagens do pavimento de concreto. Entre os benefícios listados, destaque para a redução no consumo de combustível e maior segurança no tráfego.

“Existem várias condições em que é possível usar o sistema em concreto sobre a pavimentação existente (Whitetopping). Pensando em São Paulo, que está praticamente 100% pavimentada, teríamos que usar esse tipo de procedimento. Nesses cenários urbanos, temos nos deparado com a necessidade de executar pavimentos com menor espessura. Nesse contexto, as macrofibras se mostram importantes pela redução no tamanho das camadas”, disse Moschetti.

Ele lembrou, ainda, que a ABCP desenvolveu vários conteúdos técnicos de uso público, que as prefeituras podem se basear para aplicar o pavimento urbano de concreto (PUC) nos municípios.

Nessa palestra, Bassamino também abordou como deve ser elaborado o projeto para a pavimentação em concreto. “É importante análise e estudo do solo, tendo informações precisas e verdadeiras do local. Trabalhando na resistência de suporte do pavimento, podemos determinar com precisão o coeficiente do sistema estrutural e, assim, trazer redução de custos e segurança a todo o processo”, falou o especialista.

Para saber mais sobre PUC e as técnicas utilizadas nessa solução, siga nossa página do Pavimento de Concreto no Linkedin.

Quer entender mais sobre os benefícios do pavimento de concreto? Confira na matéria xxxx.

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